quinta-feira, 30 de setembro de 2010

“DESTROYED JEANS”


Sabe-se que a calça jeans, por ser um elemento versátil e atemporal, tornou-se uma peça indispensável no mundo e no mercado da moda. Sua utilização em larga escala, é atribuída a sua durabilidade, e por ser um tecido de alta resistência, originalmente eram usadas por trabalhadores.
            O conceito do jeans muda quando deixa de ser visto como algo meramente útil e passa a ser visto como peça indispensável para o uso no cotidiano. Com a inserção do poliéster e elastano em sua composição, houve melhora no caimento levando à maior valorização das curvas femininas.
            Há outra mudança de valor simbólico do jeans que foi gerada pelo advento do movimento punk, por volta de 1977. A vestimenta tradicional (que na verdade nada tinha de tradicional) deste movimento possuía como um de seus itens a calça jeans rasgada. O rasgo, em calças ou em qualquer outra peça, possuía conotação de descuido e desleixo, e sendo os "punks" contestadores natos, utilizaram do rasgo e da roupa puída como um grito contra os valores sociais da época, que nada tinham a ver com roupas detonadas, rasgões e rebites. O jeans rasgado, aqui, simboliza o protesto, a anarquia, a não adequação as regras da sociedade.
 Hoje em dia temos vários tipos de lavagens e modelagens quando se diz respeito à calça azul, e podemos transitar do modelo mais clássico ao mais detonado e rasgado. Essa possibilidade se deu ao grande movimento do mercado de moda e a sua mutabilidade, sempre trazendo à tona diferentes fontes e referências culturais, trazendo o passado para o presente (com aquele twist que só a moda sabe dar) e é claro que a publicidade dá o seu "empurrãozinho" para que o nosso desejo de consumo esteja ali, sempre latente. Além disso, vale salientar que o desejo por uma calça rasgada não se restringe as pessoas que possuem estilo alternativo: a moda mistura o jeans rasgado com um salto Louboutin, bolsa Channel e, sobretudo Burberry sem problema algum.
            A atitude rebelde do rasgo virou, enfim, ícone adorado e aderido pela maioria. Passou de contestação a símbolo fashion. O rasgado, agora chamado de destroyed, simboliza a mistura do despojamento a sofisticação. Há ainda quem diga que é necessária certa atitude para aderir o rasgo e há quem diga que aquele rasgão apareceu ali sem querer (mentira! rasgou que nós sabemos!). Mentiras à parte, sabemos que a atitude "to-nem-aí" na moda se mostra mais forte do que nunca, e parece que veio pra ficar (pelo menos mais uma estação!).

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Estética: Introdução conceitual

Conceituação: no uso vulgar, em artes, em filosofia
A palavra estética no uso vulgar é utilizada no sentido de qualidade, ou seja, como um adjetivo. Está relacionada com a beleza física ou com pelo menos o agradável. Nas artes, estética é uma palavra aplicada como substantivo que designa um conjunto de características formais, como por exemplo, em expressões: estética renascentista; na qual estética poderia ser substituído por estilo. Já na filosofia, Estética é o estudo racional do belo e do sentimento que suscita nos homens. Ou seja, estética nas suas definições, aparece ligada à noção de beleza.
Enquanto disciplina filosófica, a estética também se voltou para teorias da criação e percepção artísticas; pois durante muito tempo arte tinha como função exprimir a beleza de modo sensível.
Etimologia da palavra
“Etimologicamente, a palavra estética vem do grego aisthesis com o significado de “faculdade de sentir”, “compreensão pelos sentidos”, “percepção totalizante”.
O belo e o feio: a questão do gosto
Para Platão “a beleza é a única idéia que resplandece no mundo”; temos que admitir o “belo em si” e que existe essência ideal; um ideal de beleza.
O Classicismo deduz que o belo independe de uma pessoa e sua percepção e o que torna algo belo ou não, são as qualidades, tornando-o mais ou menos agradável.
O filósofo, David Hume, defende que o belo não está no objeto, mas sim nas condições de recepção de cada pessoa, vai depender das experiências de cada um.
Kant afirma que o belo é “aquilo que agrada universalmente, ainda que não se possa justificá-lo intelectualmente”, é uma qualidade que atribuímos aos objetos para exprimir certo estado da nossa subjetividade, expressar um sentimento.
Hegel defende que o conceito de beleza muda através dos tempos e depende da cultura. Muda junto com comportamentos das sociedades e seu desenvolvimento.
“Hoje em dia, dentro de uma visão fenomenológica, consideramos o belo como uma qualidade de certos objetos singulares que nos são dados à percepção”, pois não existe mais uma única referência de belo, cada objeto singular estabelece seu próprio tipo de beleza.
“O problema do feio está implícito nas colocações que são feitas sobre o belo.”
Podem-se distinguir dois modos de representação do feio: a representação do assunto “feio”, quando, por exemplo, a arte deixa de ser a “cópia do real” e passa a ser avaliada de acordo com a sua autenticidade; e a forma de representação feia, quando obras forem mal feitas, ou seja, quando não corresponderem à sua proposta.
A recepção estética
A experiência estética é a experiência da presença tanto do objeto estético como do sujeito que o percebe” na qual o sujeito não deve julgar uma obra de arte em termos de utilidade e não deve ter em sua percepção qualquer tipo de preconceito, e sim buscar significados e interpretações.
Entender o lado subjetivo da estética. Ou seja, não se deve julgar nada pela aparência antes de realmente entender a subjetividade, o sentimento que envolve algo. Interpretar e receber o que algo expressa sem estar predestinado a ter uma única visão.


ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando - Introdução à Filosofia. São Paulo: Ed. Moderna, 1989.