domingo, 3 de outubro de 2010

TEORIA ARISTOTÉLICA DA BELEZA


A Beleza como harmonia e proporção

A visão aristotélica do mundo é fundamental para entendermos a sua idéia de Beleza. Para Aristóteles, o mundo, vindo do caos, passou a ser regido por uma harmonia. Mas é como se ainda restassem vestígios da desordem anterior, e parece-nos como se o mundo e os homens estivessem sempre numa luta incessante para levar adiante a vitória incompleta da harmonia pelo caos.
Segundo o pensamento de Aristóteles, diferente do pensamento de Platão, a Beleza de um objeto não depende de uma maior ou menor participação numa Beleza suprema, absoluta, subsistente por si mesma no mundo supra-sensível das Essências puras. Decorre, apenas, de certa harmonia, ou ordenação, existente entre as partes desse objeto entre si e em relação ao todo. É necessário ter harmonia, proporção e Grandeza. Por exemplo: Uma mulher bonita e bem proporcionada, mas pequena, pertence ao campo Gracioso, mas não ao do Belo, por ter o elemento grandeza. Mas, digamos que algo pequeno fosse aumentado, e passasse a ter grandeza, mesmo assim não passaria a ser Belo, pois sairia da sua natureza e não teria mais harmonia.
A grande contribuição de Aristóteles para a Estética foi, primeiro, a de retirar a Beleza (considerada nos objetos sensíveis) da esfera ideal em que a colocara Platão, tentando encontrar sua essência nos próprios dados das coisas, fazendo da beleza uma propriedade particular do objeto. Sua segunda contribuição foi à inclusão do Feio no campo estético e expresso como uma desarmonia.
De fato, para Aristóteles, a Beleza do objeto não estria nele, mas sim nas repercussões que ela desencadeia no espírito do contemplador, ou seja, Beleza é o objeto que agrada ao sujeito pelo simples fato de ser apreendido e fruído.
Assim, resumindo, pode-se dizer que, para Aristóteles, a Beleza é uma propriedade do objeto e consiste, principalmente quando aparece como belo, na harmonia das partes de um todo que possua grandeza e medida. A beleza consiste, portanto, de harmonia, grandeza e proporção.
“o espírito, ao ser movido pela Beleza, normalmente se põe a refletir sobre aquilo que viu e lhe causou prazer.”

SUASSUNA, Ariano. Iniciação à Estética. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio, 2009.

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